Poucas pessoas sabem lidar com a palavra solidão.
Porque tudo é muito efêmero e você pode estar sozinho em
meio a uma multidão.
Me lembro de um tempo, uma data, em que ela me pegou.
E justo quando essa tal data aparece no calendário passa
um filme e por momentos recordo que eu estava lá.
Dizem que lembrança é uma coisa muito gostosa e recordar
é um exercício.
Daí rola uma musica, um perfume, um lugar e você se
transporta como se houvesse construído uma engenhoca com as próprias mãos que te
pudesse fazer voltar no tempo e reviver.
Claro que reviver coisas boas é melhor e varrer pra debaixo
do tapete tristezas e decepções é o que se deve fazer, mas conselho nem sempre
tem a fórmula de num passe de mágica apagar um pedaço da vida de alguém.
Dizem que quando os nossos dias se esgotam o maior patrimônio
que se tem são as lembranças, e se isso for mesmo verdade, eu gostaria de ficar
com as boas, as felizes. Mas quem viveu um momento de total solidão tem a
grande vantagem de saber dar valor a tudo que o universo coloca em nossas mãos como
antídoto de algo que se deve esquecer pra sempre...
Amsterdam, 1991
A Música Pandora’s Box do OMD (Orchestral Manoeuvres in
the Dark) foi inspirada na atriz de cinema mudo Louise Brooks, que em 1928 foi a estrela do
filme, entretanto, a frase "Caixa de Pandora" não aparece em nenhum momento na
canção.
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