quinta-feira, 18 de julho de 2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

Além da Meia Idade




Engraçado que faz bem pouco tempo falava da chegada à meia idade.
Um negócio novo, excitante. O sujeito se sente no limiar, maduro e assertivo em quase tudo.
Pensando bem, a meia idade livra o cidadão da pecha que lhe atribuem da tal crise dos quarenta, embora tudo pareça uma grande babaquice diante da vida.
Os pensadores criaram etapas pra justificar o óbvio: envelhecer.
É evidente que hoje em dia o ser humano tem uma vida mais longa. Se mantém ativo em idades que há não muito tempo conotariam aposentadoria. O que me leva a crer que essas frases feitas e manjadas provêm de uma época em que a meia idade era o prenúncio do popular pé na cova.
Mas agora cabe uma reflexão.
Porque a tal da meia idade passou e chego à metade da fração.
Pra ser mais exato, cinco anos a mais são motivos suficientes pra pensar em alguma coisa.
Então é o momento de começar a enxergar com bons olhos o que antes me parecia bastante improvável. Ser avô? Parar de usar bermudas nos finais de semana e deixar as gírias de lado?
Não, nada disso.
O corpo pode reclamar das dores nas costas depois de um engarrafamento, as idas ao médico anualmente tornam-se um hábito, até o exame de próstata altamente necessário e chato pra burro, mas se a mente se mantiver atenta, ventilada, e, com isso, os tantos motivos de alegria forem reinventados a cada dia, apenas as velinhas do bolo trarão a conta certa.
Tenho orgulho de ser um coroa arejado. Encaro bem essa!
Claro que tenho saudades de muitas coisas inclusive de épocas. Mas quem não tem?
Entretanto, tenho a certeza absoluta, e cada vez mais me convenço disso, de que faria tudo outra vez. Viveria todos os meus dias até aqui sem qualquer problema.
Nada a lamentar.
Talvez se um dia ficar broxa possa vir a lamentar e muito, mas até lá é bem melhor celebrar a vida e fazer dela sempre uma nova alegria.
Problemas? Eles começam cedo e não param de aparecer até que o Zé Maria te coloque na lista de embarque. Sacou?
Eu as gírias de novo...

terça-feira, 21 de maio de 2013

A Misteriosa História ou Estória do Arco do Telles...



Após o incêndio do casario da Travessa do Mercado na cidade do Rio de Janeiro, em 1790, o lugar decaiu e tornou-se reduto de marginais e antro de prostituição do mais baixo nível. Dentre as mais famigeradas figuras do Arco do Telles nessa época, sobressaiu-se a prostituta e depois feiticeira Bárbara dos Prazeres. A maior parte dos dados abaixo foram registrados pela Inten
dência Geral de Polícia, criada pelo Príncipe D. João, em 1809.
Nascida em Portugal no ano de 1770, tinha 18 anos de idade quando veio com o marido para o Brasil. No Rio de Janeiro, apaixonou-se por um mulato e assassinou o esposo para viver livremente com o amante. Consta que o homem, porém, passou a viver às custas da jovem e chegou a consumir a maior parte dos seus bens. Durante uma briga do casal, Bárbara o matou também.
Marcada pelos assassinatos e sem meios de subsistência, restou à bela jovem de 20 anos ganhar a vida se prostituindo. Fez seu ponto exatamente ali, debaixo do Arco do Telles, onde angariou vasta clientela. Por quase 20 anos, ela considerou ter encontrado a sua vocação e o seu lugar na sociedade.
Porém, o tempo e a vida desregrada cobraram o seu tributo. Começou a ficar velha e já não atraía tantos homens. Também as dores nos ossos a cada dia ficavam mais insuportáveis (provavelmente havia contraído sífilis). Temendo cair na miséria e na solidão, desesperada, ela procurou um remédio nas muitas casas de feitiçaria e magia negra do Rio de Janeiro, uma poção que aliviasse suas dores e a tornasse bonita e jovem outra vez.
Uns dizem que custou todo o dinheiro que ela tinha juntado, outros, que o preço foi sua alma; de concreto, o que se sabe é que alguém lhe passou uma fórmula que teria o efeito desejado. Os principais componentes eram certas ervas e sangue humano morno, mais precisamente, de crianças ainda vivas.
Foi quando começou a raptar meninos pobres, filhos de escravos e de mendigos, e também a ficar de tocaia na Roda dos Expostos da Santa Casa, onde eram abandonados os bebês para adoção. Não há números exatos, mas foram dezenas as vítimas que ela sacrificou no lúgubre ritual de rejuvenescimento. O pavor tomou conta da população do Rio de Janeiro, cujas crianças passaram a ser trancadas em casa e a só sair na companhia de adultos.
Nossa personagem, nesta época, aparece nos registros do Intendente Geral de Polícia, desembargador Paulo Fernandes Vianna, como Bárbara dos Prazeres (por causa do oratório no Arco do Telles) e também como Bárbara "Onça" (referência à sua ferocidade). Parecem vir desse período as expressões: "cuidado que a bruxa está solta!" e "olha que a Onça está solta!".
Bárbara levava suas pequenas vítimas para a tapera em que morava, na Cidade Nova. Pendurava as crianças pelos pés com uma corda, as esfaqueava e postava-se embaixo delas para banhar-se no sangue que jorrava ainda quente dos corpinhos sem vida.
Talvez a criminosa mais procurada na cidade em todos os tempos, consta que viveu até 1830, quando simplesmente desapareceu. Nesse ano, surgiu um cadáver de mulher boiando próximo ao Largo do Paço, mas suas feições estavam irreconhecíveis. Alguns afirmaram que era Bárbara, mas outros não a identificaram.
Há quem suspeite (lenda urbana?) que ela continua viva até hoje, graças ao segredo da fórmula de rejuvenescimento. E mais: teria assumido a condição de feiticeira e aplicado a receita em alguns milionários, em troca de parte de suas fortunas.
Diz-se que ainda hoje, em certas madrugadas sem lua, quando já partiram os últimos garçons dos bares da Travessa do Comércio e cessou o movimento da boemia, escuta-se no beco a gargalhada de Bárbara Onça, a feiticeira, ecoando assustadoramente pelos vazios escuros do Arco do Telles.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Pra Lembrar




Desde que apareceu no final do século XIX o cinema tratou de criar uma relação muito próxima com as pessoas. Fez sorrir e chorar na mesma proporção e se tornou um momento mágico e inesquecível pra muita gente.
E quando o cinema apostou na trilha sonora via-de-regra a música tema se tornou um grande sucesso.
Foi o caso de Sunshine, ou em português, Um dia de Sol, de 1973.
John Denver um cantor da cena country americana, até então conhecido pela balada Annie's Song, criou a musica tema do filme Um dia de Sol e viu seu êxito figurar no Top Chart da Billboard por mais de nove meses. É bem verdade que a musica por aqui somente explodiu no final da década de setenta devido aos atrasos que eram comuns entre o que se produzia lá fora e chegava por essas bandas. A tal reserva de mercado cinematográfico do filme nacional era uma imposição do governo.
Mas o filme chegou e fez fila.
O enredo mostra a história de uma jovem mãe que descobre ter um câncer terminal em sua perna e deve removê-lo ou vai morrer. Ela decide que não pode viver sem a sua perna e se recusa a fazer a cirurgia. Como ela está morrendo, deixa palavras de sabedoria para a sua jovem filha em um gravador cassete, assim sua filha não vai esquecê-la. Seu marido, Sam (Cliff De Young) é um músico que relutantemente apóia a sua decisão, vendo-a se deteriorando dia após dia...
E John Denver escreveu uma canção que emocionou platéias dentro e fora dos cinemas.
A música “Sunshine on my Shoulders” era a cara da história criada por Joseph Sargent. Basta se ligar na letra e desvendar o roteiro.
O musico faleceu em 1997 num desastre de avião até hoje não esclarecido na costa oeste americana. Piloto experiente e filho de um ex-piloto da força aérea, John Denver tinha paixão por voar e cantar.
Pra quem não é dessa época fica a dica de um grande filme, pura emoção.
E pra quem conheceu a história, uma boa razão pra lembrar.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Liberté, Egalité e Vansifudê!



Sophia Loren, uma vez teria admitido: “Sex appeal é cinqüenta por cento do que você tem e cinqüenta por cento que as pessoas pensam que você tem.”
Segundo pesquisa os franceses são os melhores amantes do mundo.
Pois bem, menos mal que essa pesquisa foi realizada em território francês e tomou como base o depoimento de mulheres nativas. O estudo baseou-se em relatos das mulheres com vida sexual ativa comparado com depoimentos de representantes do sexo feminino de outros países.
Na verdade, Sophia Loren tem muito mais razão que os tais pesquisadores e suas conclusões nada elucidativas, os doutores Jean-Jacques Coupoix and Pierre C. Beaurreot, por exemplo. O homem tem em mente um senso de capacidade sexual muito além do próprio limite e em qualquer parte do planeta costumam atribuir para eles próprios o título de amantes perfeitos.
Claro que os nomes descritos acima não passam de uma sacanagem sutil com o povo francês, entretanto o estudo existiu e teve aprovação das mulheres.
O que virou notícia, no entanto, dá conta de que setenta e seis por cento dos franceses disseram que o revés sexual estaria causando-lhes problemas de relacionamento.
O estudo mostrou que um entre cada quatro homens, ou mulheres, disseram ter usado as desculpas de dores de cabeça, stress, cansaço ou a proximidade de crianças para evitar ter relações sexuais com seus parceiros.
E a pesquisa descobriu, ainda, que a metade dos franceses sentiu que às vezes eles simplesmente "não tiveram desejo" de ter relações sexuais. A abordagem contradiz uma enquete realizada anteriormente, mais precisamente seis meses atrás, em que encontrou quarenta por cento dos homens franceses pensando que eram os melhores amantes, e os mais inteligentes e mais engraçados na Europa.
Soberba pouca é bobagem...
Especialistas admitem que os homens com problemas de impotência sofrem por se sentirem menos masculinos o que pode torná-los hostis e até agressivos. Estes mesmos estudiosos afirmam que se o corpo se acostuma a não ter sexo à libido tende naturalmente a desaparecer. Abre o olho monsieur!
Eu acho essa conversa de pesquisa sobre melhores amantes uma grande babaquice. É pura balela sair por aí pesquisando quem trepa mais e melhor. Não é difícil encontrar supostos estudos que apontam os latinos, principalmente brasileiros, franceses, espanhóis e italianos apregoando para a si o titulo de melhor amante do mundo. Basta à cabeça estar em ordem, o coração em dia e muitas idéias a por em prática para o sujeito exercer as delícias do sexo em qualquer idioma ou em qualquer lugar do planeta.
Em verdade, se condicionou apregoar tal qualidade sexual aos franceses pelo que representou ao longo da história toda a liberdade de expressão conquistada por esse povo alegre e gentil, e em parte pela literatura e expressões de arte em geral, como o teatro e o cinema. Alguns atores viveram personagens imaginados pelos autores livres de preconceito e espalharam pelo mundo uma idéia de magia sexual e fetichista.
Durante muito tempo tal relação entre sexo ardente e estes atores despertou um interesse oculto nas mulheres por uma noite de sexo intenso com homens franceses. Hoje, a globalização não permite este tipo de viagem imaginária ao mundo da fantasia.
Qual mulher na flor da idade não imaginou ser uma das preferidas do agente 007, o James Bond numa de suas aventuras? Sexo com fantasia sempre foi e será um grande estimulante natural. Mas não precisa falar francês pra ser o grande astro da tela...

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Morto que nunca morreu




E como esquecer?
Na verdade o Oingo Boingo começou bem antes de aparecer nas paradas.
Os caras vêm de 1972 e o nome completo da banda era The Mystic Knights of Oingo Boingo, fundada por Richard Elfman e só foi repaginada seis anos mais tarde por seu irmão Danny Elfiman quem deu vida a banda apostando em sons que deram origem ao Rock Californiano.
O que era um grupo de teatro na costa oeste americana passou a ser uma banda.
Mas o sucesso pra valer veio em 1985 quando os caras assinaram a trilha sonora do filme Weird Silence. Depois vieram os hits já totalmente inseridos na cena Punk Rock e New Wave como We Close Our Eyes, Stay e Just Another Day.
O disco Dead Man’s Party ganhou o mundo e tornou-se pra quem curtiu essa época algo realmente inesquecível.
A Banda se separou oficialmente em Outubro de 1995, mas deixou um legado justamente no ano da derrocada apresentado no show Farewell Concert.
Pois se você é fã do Oingo Boing é um DVD que vale ter na sua coleção.

De lambuja a melhor faixa do disco, indiscutivelmente.
Musicalidade e ritmo. Perfeita!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

E por que não?




Então o sujeito se sentiu mais solitário que um taxista na madrugada.
Tão sozinho quanto à pessoa que fecha um teatro após um espetáculo de casa cheia.
Nenhum email na caixa de entrada, ninguém lhe batendo a porta e pelo correio nada mais que as contas de todos os meses.
Mas ele quis assim. Preferiu dessa forma.
Achava que estava vivendo num circulo de convivências artificiais demais e pirou.
E a vida é assim mesmo. Piramos.
Porque muitas vezes esquecemos de dar valor a pequenas coisas, que juntas, nos fazem felizes. E quem não quer ser feliz? Até uma formiga é feliz amealhando rotos pedaços de folhas que lhes serão úteis no inverno.
O maior dos problemas é olhar a felicidade alheia e imaginar que aquilo nos cabe. Sai sob medida, como um calçado ou uma roupa. Nem sempre o que reluz na vida de quem passa perto faz sombra no que possa ser uma razão pra ser feliz.
O ser humano é tão mesquinho que manda um abraço a um metro de distância quando se despede. Custava dar o tal abraço? O beijo? Pois é, deve ser fora de moda, brega, esquisito. O que dirá o CQC se te pegar na rua dando abraços ao invés de desejá-los apenas?
Essa preocupação excessiva quanto ao que os outros vão dizer é morfética.
Está na hora de se lixar pra tudo isso, para as regras que a nova onda social impôs. Se lixar pra isso tudo ainda se faz necessário nesse mundo ou tudo acaba numa introspecção absurda. E logo alguém que se mostra “muito preocupado” contigo vai dizer que você está em num processo de depressão profunda e te indica um médico. E tome remédio! Ainda bem que nesses casos não recomendam supositórios...
Faz tempo que o melhor da vida é viver.
Mas faz muito mais tempo que o ser humano esqueceu de viver. De querer, de desejar, de sentir e até de amar. Diz eu te amo como quem pede um lanche no bar da esquina. Prefere as coisas mais estranhas e esconde o que de melhor possui: o sentimento.
Escutar uma música e deixar fluir pensamentos é muito bom aos vinte e aos sessenta. Onde está a diferença? Talvez no gosto musical, sabe-se lá, mas música é música e ela existe pra tanto, pois alguém que um dia a compôs o fez deixando o sentimento aflorar.
Nesse ponto não tenho qualquer complexo.
Me sinto feliz até mesmo com a espera de ter aquilo que mais quero e me faço feliz pensando.
Evoluo colhendo o que plantei, ainda que tenha plena certeza que a colheita nem sempre é abundante porque depende demais do plantio.
Sou chato sim, assumo.
Mas ninguém é perfeito.
E sou daqueles que abre a porta do carro, dá lugar na mesa e paga a conta.
E se um desses babacas politicamente “incorretos” vier me chamar de otário a eles dou de presente uma banana e um belo foda-se pela cara adentro.
Por que não?