quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Trevo da Sorte


Em 1958 aos onze anos, a família de Tommy James se mudou para Niles, Michigan. Aos doze anos, formou sua primeira banda, chamada Tom and the Tornadoes. Em 1963, mudaram o nome para The Shondells.
Em 1964, um DJ local da rádio WNIL, de Niles, fundou seu próprio selo, Snap Records. Os Shondells foram umas das bandas locais gravadas por ele. Uma das canções foi a obscura "Hanky Panky", de autoria de Jeff Barry e Ellie Greenwich. A canção fez muito sucesso em Michigan, mas o selo não tinha recursos para promovê-la nacionalmente e logo foi esquecida.
Em 1965, um DJ em Pittsburgh, Pennsylvania encontrou uma cópia de "Hanky Panky" e a tocou como se fosse "exclusiva" da rádio. A resposta dos ouvintes foi positiva, que quiseram saber onde poderiam conseguir uma cópia do "novo" compacto. Outro DJ começou a tocar a canção em festas locais. De olho na demanda, um pirata local gravou a canção do rádio em fita cassete e começou a prensar cópias da mesma. As vendas da cópia pirata foram estimadas em 80.000 unidades. O DJ de Pittsburgh "Mad Mike" Metro localizou Tommy James e informou a ele que a canção era o maior sucesso da cidade. Tommy quase desligou o telefone na cara do DJ, mas foi convencido a ir para a Pennsylvania e fazer aparições promovendo o não mais esquecido compacto. Logo, Tommy estava em Nova York vendendo o original de "Hanky Panky" para a Roulette Records. No final do verão de 1966, era o compacto mais vendido do país.
Os Shondells tinham há muito se separado, e não quiseram reunir a banda para viajar para Pittsburgh. Tommy voou para lá sozinho e localizou uma banda local chamada The Raconteurs para se tornarem os substitutos dos Shondells. O grupo precisava continuar, e escolheu uma canção chamada "Say I Am (What I Am)". Embora não tenha tido o mesmo sucesso de "Hanky Panky", alcançou a 21ª posição nas paradas no mesmo ano.
A Roulette escalou os letristas Richie Cordell e Bo Gentry para a tarefa de escrever as canções para o Tommy James & The Shondells. De 1967 a 1969, o grupo conseguiu um sucesso após o outro no selo Roulette, incluindo as cinco que chegaram às dez primeiras posições: "I Think We're Alone Now", "Mirage", "Mony Mony", "Crimson and Clover" (o segundo e último a chegar à primeira posição nos EUA), "Sweet Cherry Wine", e "Crystal Blue Persuasion".
Em 1997 Tommy James reuniu o que restou do The Shondells e gravou os maiores sucessos ao vivo. Uma dessas pérolas esquecidas num estúdio qualquer.

A regravação de Crimson and Clover é daquelas inesquecíveis.
Confira!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Aplausos


Não me canso de assistir esse show.
Shirley Bassey em Berlim, em 1987, celebrando os 750 anos da cidade.
A interpretação desta Diva vale cada minuto de aplauso. Assistam até o final.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Teoria da Topada


Nada mais autêntico que xingar o mundo quando se dá uma topada na rua.
Pobre do buraco. Filho da Puta é o menor dos males. Mas sabe-se lá quem é a mãe do buraco?
A Prefeitura, sim, sempre ela.
E dessa forma a gente leva as nossas teorias do cotidiano. O inesperado é e sempre será uma surpresa, às vezes agradável, outras infelizes, mas faz parte. O que não dá é contribuir pra tornar o planeta um lugar inaceitável.
Porque as pessoas estão perdendo a noção de civilidade.
Noutro dia lendo o jornal na varanda do apê bem cedo, vi um sujeito chegar e se juntar a uma senhora que estava à espera do Ônibus. Ele chegou depois e quando a porta se abriu procurou subir antes da senhora que já estava na fila. E mesmo se este marmanjo tivesse chegado antes deveria se portar como civilizado e dar a vez a quem de direito.
Não se trata de conceitos politicamente corretos de ONG’s patrulheiras. Trata-se de educação.
Me lembro dos tempos de CPII (Colégio Pedro II) onde honrar a gravata era tudo. São hábitos que se agrega pra vida toda, se cultiva e não se esquece. Até hoje abro a porta do carro e dou o primeiro lugar na mesa.
Podem me chamar de brega, mauricinho, intelectual de merda, o que for. Evacuo um quilo exato pra quem pensa dessa forma. Faço a minha parte e pronto.
Óbvio que também falo palavrão quando dou uma topada. Até escrevo alguns aqui porque acho hipocrisia um lixo. Mas o buraco é surdo, inanimado e não pediu pra estar no caminho.
O distraído fui eu, claro, mas como ele não escuta e muito menos se vinga, leva um esporro.
Mas é o buraco e só. Posso até ofender o Prefeito, mas como ele passa bem longe dos buracos torna-se tarefa impossível.
Acho que fazer o mundo ser um lugar bem melhor depende de nós.
As gerações que herdarão nosso legado serão espelho dos nossos atos, virtudes e erros.
Talvez elas não assistam o mundo mudar na mesma velocidade que a minha assistiu de camarote. A evolução hoje é tão rápida que sequer se nota.
Mas carregar conceitos, praticar educação e ter critérios é sem dúvida o que fica.
Tá legal. Vale falar todas pro buraco na hora da topada, assumo que essa herança existe. Porém, noves fora a topada que quase te derruba você pode contribuir pra que a cadeia sucessória tenha um entendimento melhor e civilidade suficiente pra que a coletividade seja pacífica.
E assim você fica bonito na foto.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Bene e os Aviões




Semana passada estava no saguão do aeroporto em São Paulo esperando a Ponte Aérea pro Rio e me vieram lembranças. Porque não existe um lugar mais adequado pra pensar na vida que aeroporto e avião. Isso é fato.
Porque sempre achei as viagens um saco, uma síntese de tempo perdido. Porém, a Bene gostava dos aviões. E eu não podia entender e tão pouco me conformar.
Não falo de uma viagem de pouco mais de meia hora. Você nem bem engoliu o pão frio e sem graça e já estão recolhendo tudo porque o Santos Dumont é logo ali embaixo. Falo de viagens longas, aquelas em que a bunda fica quadrada e tem sol e estrelas na janela.
E houve um tempo em que fazia muitas dessas e a Bene dizia que sentia até inveja e vontade louca de estar no meu lugar. Até do cheiro do avião ela gostava... Coisa insólita!
De fato eu ficava doido pra chegar. Achava um desperdício de vida ficar mais de doze horas dentro de um container voador cercado de pessoas as quais nunca havia sido apresentado.
Pensava assim: “se essa merda cair eu vou morrer junto com esse filho da puta roncando aqui?” Mas nunca caiu ou essas palavras seriam psicografia...
Entretanto, eu me ligava no cheiro. Sei lá, era uma mistura doida de cigarro (na época se fumava dentro do avião) e café requentado. Tudo era inconvincente, nada me fazia crer na benesse de estar ali por horas a fio pra chegar num lugar com cinco horas a mais no relógio, mas sempre me lembrava que a Bene gostava dos aviões.
Se eu apagasse e amanhecesse no destino talvez tivesse sido mais fácil. Mas o olho aberto como uma bilha de rolimã me fazia refletir que dormir sentado é uma bosta. E pior com alguém que jamais havia convidado pra dormir comigo. Era insensato, estranho, mas a Bene insistia que gostava dos aviões.
Viajar de avião é tão particular que por mais que você esteja acompanhado a solidão é iminente. Porque ainda que exista um papo agradável tem horas que o sono bate e de repente alguém que antes conversava alegremente, dormiu. Foda admitir, mas tudo incomoda. Coceira na bunda em hora errada e vontade de mijar é o caos. Você sabe que vai incomodar quem está na fileira, mas é acordar a pessoa ou urinar nas calças. O pé que incha, a hora que não passa e aquele silencio sepulcral com o barulho da turbina de trilha sonora.
E ainda assim a Bene gostava dos aviões...
Daí eu me lembro da alegria da volta, da musiquinha da Varig com imagens de um Brasil que só existe pra gringo e ajudava a aturar as horas que me separavam de casa.
Velhos tempos e dias longos e intermináveis.
E a Bene continua gostando dos aviões!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Impossível


A impossibilidade nem sempre é óbvia.
Evidente que ninguém admite ter que lidar com o impossível. Normalmente fugimos de coisas óbvias demais e que encerram planos e sonhos. A impossibilidade decreta o fim de um ciclo, um caminho, um destino. E quantas vezes vociferamos contra as nossas próprias incertezas apenas pra não ter que encarar uma conclusão?
Seria bom demais considerar impossível somente aquilo que nos faz mal. Mas a vida não é tão cartesiana por mais que a gente imagine que possa ser a ponto de nos mostrar a impossibilidade como uma pecha. O impossível aparece do nada, lépido e fagueiro pra nos dizer que a linha limítrofe é aqui.
Entretanto, noves fora velhos e sábios conceitos a modernidade nos mostra que a impossibilidade nem sempre é tão simplista assim. O mundo hoje ficou pequeno. A comunicação é instantânea e veloz. O que parecia impossível até bem pouco tempo hoje se resolve num piscar de olhos. Mas por outro lado, a internet aproximou o mundo e separou as pessoas. Não somos mais seres que se tocam, mas seres que se conectam.
Não tenho uma visão pessimista de tudo. Acho que ser coerente não permite deslizes.
Portanto, lidar com o impossível carece coragem.
Muita gente suplantou barreiras ao longo da história e pensando dessa forma é possível notar que o muro não é tão alto assim e com valentia e perseverança dá pra transpor. Por isso, não encaro o impossível como óbvio e nem me entrego e ele.
Principalmente porque a vida é um resultado de encontro de esquinas. A gente nunca sabe o que vai se passar daqui a duas horas ou dois dias.
É aquela velha história de cuspir pro alto ou o sujeito que joga par ou ímpar pra brincar com a sorte. O imutável não rola, desde que se tenha capacidade pra gerir os próprios impulsos e simplesmente acreditar que amanha será bem melhor que ontem.
E todas as vezes que vi o impossível na minha frente jamais fechei os olhos ou assinei qualquer tratado com ele. E mesmo depois de tanto tempo a impossibilidade insiste em aparecer bem aqui, a um passo do que eu possa sonhar.
Nesse momento eu só preciso de uma chance...


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dois Passos


É interessante a história da Blitz.
Meteórico, um tiro curto que durou cinco anos e entre idas e vindas mais uns doze de lambuja.
E tudo começou nos anos oitenta, na chegada do Rock Nacional ao poder.
Melodias óbvias, letras engraçadas e populares levou a banda ao estrelato e revelou músicos que seguiram seus rumos a partir da Blitz.
Evandro Mesquita, Lobão o primeiro baterista e Fernanda Abreu mudaram seus rumos.
Do decreto oficial da derrocada da Blitz após o primeiro Rock in Rio em 1985 ao pseudo retorno em 1994 para gravar uma trilha sonora de uma novela da Globo, até o show Ao Vivo e a Cores em 2007, vários sucessos que quem foi da geração, ou quem nem era nascido, sabe até de assovio.
Os arranjos do show foram fiéis. E se faltou às vozes eficientes de Fernanda Abreu e Marcia Bulcão nas faixas sobrou energia.
E pra quem tem memória aqui vai um clipe do show que resume chegadas e partidas, encontros e desencontros, ainda que com o selo hilário e bem humorado da Blitz.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sobre Cuidar



É normal que muita gente entenda o amor de forma diferente.
As visões são dispersas, a equivalência é complexa e um tanto distante. Mas o amor é um sentimento tão abrangente que se torna impessoal. Ora, todos nós amamos hoje, amaremos amanhã ou amamos algum dia. E todas as vezes que deixamos de cuidar desse sentimento ele morreu.
Seja através de vivências próximas ou até longínquas, quando encontramos o amor via-de-regra não sabemos o que fazer com ele. Simplesmente porque gastamos tempo demais com análises patéticas e imperfeitas.
Tivéssemos a noção correta faríamos de outra forma. É sempre assim.
Lamentamos, porque não sabemos conviver com o inesperado. Fosse simples, fácil, obvio, não seria um sentimento tão raro. Sim, porque o amor não se escolhe nas lojas, num shopping ou numa esquina de grife. Colecionar casos, flertes, “ficantes” é tão banal quanto dar três passos.
Mas amar é complicado. E coisas complicadas normalmente a gente deixa pra resolver sempre depois. E com isso a vida passa e tudo vira história pra contar mais tarde.
Não se cultiva um amor com dúvidas e com queixas. O pouco é muito, é intenso, e qualquer valor que se apregoe a pequenas gotas de um sentimento que faz o peito vibrar e os dias ficarem mais lindos precisa ser cuidado.
Nós costumamos dizer que sabemos amar. Achamos que pensamentos e atitudes são suficientes pra expressar nossa capacidade de conviver com alguém. Entretanto, a convivência é um ciclo e todo ciclo se renova. Então, se uma renovação se faz necessária, a ordem natural dos fatos deveria nos levar a visão de que sem entender os atalhos jamais se completa o caminho. Porque se amar é um sentimento comum a duas pessoas é legitimo imaginar que esse caminho se percorre dividindo os passos.
Claro que você pode e deve amar mais de uma vez. De todas as mudanças que a vida nos proporciona apenas os sentimentos permanecem intocáveis. E o amor é um deles, talvez o mais evidente. Porque ele é o mesmo que te desperta em todas as fases da vida e tem o dom de te fazer feliz e sofrer com a mesma intensidade.
Por isso, o que nós devemos fazer é aproveitar a chance pra tudo não terminar numa conversa de fim de noite no fundo de um bar, numa mesa rodeada de amigos e copos e garrafas vazias.

Edgard Scandurra e Zélia Duncan. Abraços e Brigas.




segunda-feira, 25 de junho de 2012

Nunca é Tarde



O Clube Troubadour na Califórnia abriu suas portas em 1957.
Desde então, ajudou a lançar alguns dos artistas mais talentosos da música contemporânea. Grandes nomes como Elton John, James Taylor e Tom Waits realizaram por lá grandes shows no início de suas carreiras, e continua a ser um destino de ponta aos fãs de música séria que gostam de ouvir um som ao vivo num ambiente intimista e historicamente rico.
James Taylor e Carole King realizaram no Troubadour um show consistente, em 1971 no começo de sua estrada musical. Em 2010, deram início a seqüência de apresentações que fariam até completarem quarenta anos de palco e música, justamente pelo Clube Troubadour.
E como se tratava de um momento histórico, trataram de reunir os músicos que os acompanharam nessa trajetória. A Banda original.
Foram convidados Danny Kortchmar (Guitarra), Leland Sklar (Baixo) e Russ Kunkel (Bateria).
Nada poderia ser tão perfeito.
O DVD é uma obra prima. Talento não falta e emoção muito menos.
Separar uma música numa lista tão intensa é complicado, questão de gosto mesmo.
It’s Too Late é realmente uma delícia...
A guitarra de Kortchmar e o piano de Carole King fazem a diferença.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Friends



A amizade é complexa. Tanto quanto escritos Hebreus. Os seres humanos se relacionam e afinidades os levam ao convívio. E isso vem desde os tempos de colégio quando o bullyng ainda era exclusividade do dicionário de Inglês. Evidente que algumas pessoas tendem a colecionar amigos.
Têm mais manejo, são maleáveis, porque não é tão simples sustentar um relacionamento por décadas. Outros são mutantes e costumam trocar de amigos como um ciclo de mudança de estação. E em meio a todas essas teorias o mundo virtual resolveu aparecer pra colocar orégano na Pizza.
Ajudou a reagrupar contatos e teceu uma linha onde através de redes sociais é possível constatar o aparecimento de pequenos guetos onde os amigos dos amigos marcam encontro. E é um tal de novos amigos surgindo do nada que impressiona.
Gente que nunca teve acesso a você aparece e te manda um bom dia com uma linda mesa de café da manhã de hotel cinco estrelas e um buquê de flores... Sim, mas quem disse que eu gosto de flores? E tem guloseima demais pra minha dieta!
Mas se tudo é imagem na tela que custa entender a mensagem? Mas não pensem que é tão simples assim. Algumas pessoas piram tanto em meio a esse mundo de faz de conta que os tais amigos invisíveis da infância de cada um começam a se manifestar na fase adulta, reaparecendo através de compatibilidade virtual. E se você postar alguma coisa que desagrade a fulano ou beltrano o linchamento virtual é certo! Alguns ofendidos da hora dizem assim, na cara de pau: deletei aquele filho da puta porque estava escrevendo palavrões na minha página! Pois é, aquele filho da puta...
A conclusão é simples: as neuras e sandices do mundo real hoje andam de mãos dadas com o universo do faz de conta... Tem gente metendo o bedelho na vida alheia, achando isso e aquilo e reclama sua ausência como se estar diante de uma tela de computador fosse uma obrigação. - Pô cara você sumiu! Sumi de onde? Qualquer dia vão inventar cartão de ponto o que não é nenhuma novidade já que até sexo farto rola com hora marcada pela internet! E já existem até as moças de vida horizontal se oferecendo por módicas quantias pra tirar o atraso de marmanjos através de saliências virtuais.
Pois no mundo globalizado tudo é possível. E com a guerra dos smartphones e tablets você pode levar no bolso todas essas emoções.
Um amigo NERD disse noutro dia que a tecnologia avança tanto que o papel será suplantado. Em nome do desenvolvimento sustentável não haverá mais replantio de árvores obrigatório e papel será algo em desuso. Os livros e jornais da minha geração desaparecerão e tudo estará na tela em breve.
Perguntei a esse cidadão paladino da modernidade absoluta como será possível evacuar e se limpar com um Iphone de última geração. A resposta ele ainda não me deu. Mas é meu amigo, virtual, mas é.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Saudades


Dizem que os portugueses que aqui chegaram em tempos remotos definiram a solidão e o sentimento por estarem num local distante como saudade, e daí a palavra passou a existir. Incrível, mas você só define esse sentimento em Português ou em Galego.
Os simplistas dirão que saudade dá e passa. Soa clássico, mas óbvio demais, principalmente quando se trata de um estado de espírito, alguma coisa profunda que carece de definição.
Saudade pode significar uma perda, o distanciamento de alguém ou de algum lugar que você tem a certeza de que nunca mais verá. Tristeza e melancolia. Dói demais... O que talvez explique porque muita gente tem medo da palavra saudade.
Noutros casos, porém, a saudade pode representar uma percepção, sempre e quando ela não encerre um ciclo. Então ela carrega um sopro de renovação, uma segunda ou enésima chance em que você pode apostar.
Porque toda renovação nada tem de elementar.
Ele precisa ser regada como uma flor pra não se transformar num lamento. Porque matar a saudade é temporário, não existe pra sempre.
E por mais que seja dolorosa, a saudade pode ser benéfica.
Ela pode representar o abismo, mas pode ser a ponte que liga você a sua razão de viver...



quinta-feira, 14 de junho de 2012

No Silêncio de um Retrato



A fotografia é tão insólita quanto o que ela retrata.
O que as mãos de artistas repetiam na tela até 1826, o ser humano tratou de registrar através de uma fotografia. Deixar um momento gravado pra sempre tem a ver com a relação do ser humano e seu tempo.
Dizem por aí que há fotografias que traduzem muito mais que uma ação inanimada, da mesma forma que algumas correntes com o passar do tempo, comparam as fotos com o cinema mudo, mas tudo isso é apenas impressão. Porque uma foto pode significar muito mais que uma simples lembrança de um tempo perdido na memória.
Às vezes através de uma foto é possível traçar um perfil, de um lugar ou até mesmo de alguém, mas tudo em silêncio, a única permissão que ela própria concede.
Evidente que a tecnologia evoluiu e deu às fotos todas as formas de tratamento possíveis. Inventou personagens, modificou rostos e cenários e criou mitos. A humanidade adora criar lendas e mitos e as fotos apenas foram cúmplices de algumas dessas historias.
E se vale viajar na magia das imagens nada melhor que uma música que torne esse trajeto perfeito. Principalmente quando elas não se apagam, como um risco de caneta azul.

Nando Reis e fotografias perfeitas: uma alquimia!