quinta-feira, 6 de março de 2014

Reminiscências




O Puzzle deixou dois discos gravados para a Motown nos anos de 1970.
Era uma banda a frente de seu tempo, formada por seis exímios músicos: John LiVigni, vocalista e baterista, compositor e líder da banda, Bobby Villalobos guitarrista, Anthony Siciliano baixista , Joseph Spinazola nos teclados, e, ainda, o trompetista Bobby Willians e Ralf Richert também guitarrista.
Depois de lançarem um primeiro disco sem muita penetração, o Puzzle emplacou um trabalho fora de série chamado “The Second Album”.
O bass-pop fica evidente na música de abertura do disco, "You Took Me Wrong".  A conhecida “Mary Mary” – que tocou por aqui mais ou menos em 1974 – e fez um grande sucesso, fez parte desse repertório. Uma tocada meio balada e meio pop de grande estilo, além das faixas "Everybody Wants To Be Somebody" e "Haiku" com um estilo mais roqueiro.
No entanto, a música “My Love” que abre o lado B do disco revela toda a musicalidade do Puzzle e o vocal suave de LiVigni no mais puro estilo do Chicago. As boas "Now That You Love Me" e "Concept of Her" completam o excelente disco do Puzzle.
Após o lançamento do álbum pela Motown a banda desapareceu do cenário pop e, por aqui, pouca gente escutou o Puzzle e seu principal hit “My Love”.

Pra relembrar posto o vídeo com a capa do disco. O único e efetivo legado que escreveu a curta história do Puzzle.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Classics IV





Classics IV foi uma banda de pop rock formada em Jacksonville, Flórida, Estados Unidos, em 1965. A banda e seu vocalista Dennis Yost são principalmente conhecidos pelos hits "Traces" e "Stormy", ambos lançados em 1968 tornando-se grandes sucessos.
Os membros originais do Classics IV foram Dennis Yost (vocais e bateria), James R. Cobb (guitarra), Wally Eaton (guitarra) e Joe Wilson (baixo). Durante os shows, Yost iria ficar na frente do palco e tocar bateria ao mesmo tempo cantando. Wilson foi substituído por Dean Daughtry.
Os integrantes mudaram-se para Atlanta, Geórgia em 1967 e foram descobertos por Bill Lowery, que produziu seu primeiro hit nacional em 1968 com "Spooky", uma canção que gravou em 1967 na gravadora Imperial. O guitarrista James Cobb acrescentou letras de um instrumental chamado "Spooky", um sucesso regional do saxofonista Mike Sharpe.
A canção chegou ao # 3 na Billboard Hot 100 em os EUA, e # 46 no Reino Unido.
Tendo alcançado popularidade, o grupo trouxe Kim Venable na bateria para que Yost pudesse se concentrar em cantar. Eles mudaram o nome da banda para Classics IV Featuring Dennis Yost alcançando Top 10 hits, "Stormy" (1968, # 5) e "Traces" (1969, # 2) e um hit Top Vinte,” Everyday with you girl” (1969, # 19).
Eles mudaram o nome novamente para Dennis Yost e IV Classics. Yost continuou com os Classics IV durante trinta anos com a formação mais recente também incluindo Brian Correll (guitarra, vocais), Martin Don (guitarra baixo, backing vocals), Williams Perry (teclados, backing vocals) e Doug Reed (bateria).
No entanto, os planos para 2006 foram logo abandonadas após Yost ficar seriamente doente. Em 11 de julho de 2006, enquanto se recuperava em casa em um subúrbio de Cincinnati, Yost caiu um lance de escadas e sofreu trauma cerebral grave. Embora Yost tivesse passado por tentativas de reabilitação, ele nunca mais foi capaz de cantar. Como a voz de Yost era parte integrante do som dos classics IV, sua lesão efetivamente colocou o grupo em cheque.
Para ajudar Yost e sua esposa com suas despesas médicas, um show beneficente foi realizado em 25 de março de 2007, no Vivo Rhino em Cincinnati, Ohio.
A idéia foi originalmente concebida por um amigo intimo de Yost Jon "Bowser" Bauman, ex-vocalista do  Sha Na Na. Muitos artistas e alguns convidados “surpresa” dos anos 1950 até os anos 1970 se apresentaram, cantando alguns de seus maiores sucessos em homenagem a Yost, apoiados por artistas locais favoritos como Bluestone e o guitarrista Brian Correll.
O concerto não rendeu significativamente a Yost ou sua esposa se tornando um fracasso financeiro.Como se esperava  as despesas ultrapassaram de longe o dinheiro arrecadado, deixando o evento no vermelho. No entanto, foi um enorme impulso para Yost em severo tratamento rever tantos amigos.
Yost morreu de insuficiência respiratória, em sete de dezembro de 2008, com a idade de 65 anos.

Aqui num clipe original, Traces...
Linda e perfeita!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

Além da Meia Idade




Engraçado que faz bem pouco tempo falava da chegada à meia idade.
Um negócio novo, excitante. O sujeito se sente no limiar, maduro e assertivo em quase tudo.
Pensando bem, a meia idade livra o cidadão da pecha que lhe atribuem da tal crise dos quarenta, embora tudo pareça uma grande babaquice diante da vida.
Os pensadores criaram etapas pra justificar o óbvio: envelhecer.
É evidente que hoje em dia o ser humano tem uma vida mais longa. Se mantém ativo em idades que há não muito tempo conotariam aposentadoria. O que me leva a crer que essas frases feitas e manjadas provêm de uma época em que a meia idade era o prenúncio do popular pé na cova.
Mas agora cabe uma reflexão.
Porque a tal da meia idade passou e chego à metade da fração.
Pra ser mais exato, cinco anos a mais são motivos suficientes pra pensar em alguma coisa.
Então é o momento de começar a enxergar com bons olhos o que antes me parecia bastante improvável. Ser avô? Parar de usar bermudas nos finais de semana e deixar as gírias de lado?
Não, nada disso.
O corpo pode reclamar das dores nas costas depois de um engarrafamento, as idas ao médico anualmente tornam-se um hábito, até o exame de próstata altamente necessário e chato pra burro, mas se a mente se mantiver atenta, ventilada, e, com isso, os tantos motivos de alegria forem reinventados a cada dia, apenas as velinhas do bolo trarão a conta certa.
Tenho orgulho de ser um coroa arejado. Encaro bem essa!
Claro que tenho saudades de muitas coisas inclusive de épocas. Mas quem não tem?
Entretanto, tenho a certeza absoluta, e cada vez mais me convenço disso, de que faria tudo outra vez. Viveria todos os meus dias até aqui sem qualquer problema.
Nada a lamentar.
Talvez se um dia ficar broxa possa vir a lamentar e muito, mas até lá é bem melhor celebrar a vida e fazer dela sempre uma nova alegria.
Problemas? Eles começam cedo e não param de aparecer até que o Zé Maria te coloque na lista de embarque. Sacou?
Eu as gírias de novo...

terça-feira, 21 de maio de 2013

A Misteriosa História ou Estória do Arco do Telles...



Após o incêndio do casario da Travessa do Mercado na cidade do Rio de Janeiro, em 1790, o lugar decaiu e tornou-se reduto de marginais e antro de prostituição do mais baixo nível. Dentre as mais famigeradas figuras do Arco do Telles nessa época, sobressaiu-se a prostituta e depois feiticeira Bárbara dos Prazeres. A maior parte dos dados abaixo foram registrados pela Inten
dência Geral de Polícia, criada pelo Príncipe D. João, em 1809.
Nascida em Portugal no ano de 1770, tinha 18 anos de idade quando veio com o marido para o Brasil. No Rio de Janeiro, apaixonou-se por um mulato e assassinou o esposo para viver livremente com o amante. Consta que o homem, porém, passou a viver às custas da jovem e chegou a consumir a maior parte dos seus bens. Durante uma briga do casal, Bárbara o matou também.
Marcada pelos assassinatos e sem meios de subsistência, restou à bela jovem de 20 anos ganhar a vida se prostituindo. Fez seu ponto exatamente ali, debaixo do Arco do Telles, onde angariou vasta clientela. Por quase 20 anos, ela considerou ter encontrado a sua vocação e o seu lugar na sociedade.
Porém, o tempo e a vida desregrada cobraram o seu tributo. Começou a ficar velha e já não atraía tantos homens. Também as dores nos ossos a cada dia ficavam mais insuportáveis (provavelmente havia contraído sífilis). Temendo cair na miséria e na solidão, desesperada, ela procurou um remédio nas muitas casas de feitiçaria e magia negra do Rio de Janeiro, uma poção que aliviasse suas dores e a tornasse bonita e jovem outra vez.
Uns dizem que custou todo o dinheiro que ela tinha juntado, outros, que o preço foi sua alma; de concreto, o que se sabe é que alguém lhe passou uma fórmula que teria o efeito desejado. Os principais componentes eram certas ervas e sangue humano morno, mais precisamente, de crianças ainda vivas.
Foi quando começou a raptar meninos pobres, filhos de escravos e de mendigos, e também a ficar de tocaia na Roda dos Expostos da Santa Casa, onde eram abandonados os bebês para adoção. Não há números exatos, mas foram dezenas as vítimas que ela sacrificou no lúgubre ritual de rejuvenescimento. O pavor tomou conta da população do Rio de Janeiro, cujas crianças passaram a ser trancadas em casa e a só sair na companhia de adultos.
Nossa personagem, nesta época, aparece nos registros do Intendente Geral de Polícia, desembargador Paulo Fernandes Vianna, como Bárbara dos Prazeres (por causa do oratório no Arco do Telles) e também como Bárbara "Onça" (referência à sua ferocidade). Parecem vir desse período as expressões: "cuidado que a bruxa está solta!" e "olha que a Onça está solta!".
Bárbara levava suas pequenas vítimas para a tapera em que morava, na Cidade Nova. Pendurava as crianças pelos pés com uma corda, as esfaqueava e postava-se embaixo delas para banhar-se no sangue que jorrava ainda quente dos corpinhos sem vida.
Talvez a criminosa mais procurada na cidade em todos os tempos, consta que viveu até 1830, quando simplesmente desapareceu. Nesse ano, surgiu um cadáver de mulher boiando próximo ao Largo do Paço, mas suas feições estavam irreconhecíveis. Alguns afirmaram que era Bárbara, mas outros não a identificaram.
Há quem suspeite (lenda urbana?) que ela continua viva até hoje, graças ao segredo da fórmula de rejuvenescimento. E mais: teria assumido a condição de feiticeira e aplicado a receita em alguns milionários, em troca de parte de suas fortunas.
Diz-se que ainda hoje, em certas madrugadas sem lua, quando já partiram os últimos garçons dos bares da Travessa do Comércio e cessou o movimento da boemia, escuta-se no beco a gargalhada de Bárbara Onça, a feiticeira, ecoando assustadoramente pelos vazios escuros do Arco do Telles.