É inegável a atração do ser humano por desvendar o
futuro.
Não bastasse essa galera que aparece todo final de ano
pra faturar um extra com as previsões mais eloqüentes, qualquer notícia
relacionada com a catástrofe final mexe com o subconsciente das pessoas.
É claro que as previsões sempre existiram.
E o mais malandro dos videntes atende pelo nome de Michel
de Nostredame, ou Nostradamus como alguns preferem, porque fez suas previsões
através de enigmas. Então é preciso decifrar as charadas pra se chegar a uma
conclusão. Por conta disso, passados quase quinhentos anos, estudiosos ainda
buscam sentido no que ele deixou escrito.
De certeza, ninguém quer o fim do mundo, mas quer saber
quando será.
E quando surge um fato novo, uma previsão dessas que
alguém fez olhando para os astros, ou bêbado num fim de festa, o alarde é
geral. Com a globalização vira corrente como essas tantas pra ter sucesso na
vida. As pessoas aparecem nas redes sociais, lançam a noticia e todo mundo vai
lá dar uma conferida, ainda que duvide muito, mas não deixa de olhar.
Lembro que em tempos idos, quando o homem pisou na Lua,
muita gente simplesmente achava que era uma grande cascata orquestrada pelos
caras de Hollywood. Nas esquinas, nos botecos, escolas e repartições todo mundo
duvidava que um sujeito pudesse pisar na Lua.
Porém - fato comprovado - vieram as previsões.
Porque os índios da tribo dos Carajás falaram isso e
aquilo, porque Nostradamus disse que se alguém tocasse no solo lunar as
tragédias aconteceriam, e tome guerra do Vietnam pra alimentar os alarmistas. A
bomba de Napalm caía incendiando tudo e aparecia um doido pra dizer que era o
final dos tempos.
Evidente que ninguém deseja que o mundo acabe.
Existe muita coisa pra se fazer nessa dádiva que se chama
de vida, ainda que as contas pra pagar insistam em chegar todo mês. Mas o ser
humano é tão egoísta que aceitaria o fim do mundo desde que fosse de forma
coletiva. Simples, se não posso ficar, ninguém fica, e assim ele encara melhor
essa historia.
O asteróide que vai passar zunindo e corpos celestes
caindo céu. Tem sempre uma nova.
Tudo isso aguça a curiosidade porque alguém já viu os
efeitos prévios num desses filmes malucos que o cinema produziu.
Mas pra quem vive numa cidade como o Rio de Janeiro, onde
uma bala perdida pode furar a cabeça, um prédio pode cair nas costas ou um
bueiro pode explodir embaixo dos pés, nada disso é tão alarmista. Uma chuva de
meteoritos pra nós é apenas mais um evento dentre tantos desse tipo.
Até que apareça outro calendário Maia ou um resquício de
Nostradamus ainda sobreviva daqui a cem anos...
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