sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cena Carioca



Desceu a Avenida Presidente Vargas às seis e meia.
Metida num mar de poluição e buzinas resolveu ligar pro Manuel.
Era tanto carro, táxi, ônibus e cruzamentos entupidos que os guardas estavam cagando pra quem estava falando no celular ao volante. Aproveitou!
E a porra do telefone do Manuel chamava, chamava e nada...
“Deve estar com os amigos”, ela pensou.
“Ou então este filho da puta está em alguma dessas termas refrescando os culhões enquanto estou aqui nesse transito de merda. Cheio de vagabundas à volta, deve ter vendido uns cinco carros essa semana e foi comemorar”.
Coitado do Manuel...
Naquela altura ainda fazia contas pra pagar os empregados da sua agencia de automóveis...
Mas mulher é assim.
A primeira coisa que passa pela cabeça das moças em relação ao marido, o namorado, o amante é um chifre. Começa por um suposto programa com uma prostituta, passa pela pobre da secretária, e por fim, a melhor amiga confidente. Vai saber.
Mas ela seguia firme na tentativa de falar com o Manuel... E nada. O telefone só chamava.
Se irritou. “Se eu encontro esse filho da puta ele vai ver só”
Pela cara da moça dava pra ver.
Ela indiciou o marido, processou, julgou e o trancafiou por dez anos em cerca de meia hora.
O destino do Manuel estava traçado. O cara estava fudido!
Coitado do Manuel...
Resolveu acender um cigarro. Tempo de relaxar e seguir com o plano de fuder o marido.
Abaixou o vidro do carro, encostou o punho à cabeça pendente e...
“Perdeu madame. Passa a porra do celular. Rápido cacete!”
Cinco segundos.
Ela nem viu a cara do desgraçado que acabara de lhe afanar o telefone novinho ainda com três prestações a pagar.
Coitado do Manuel...

Um comentário:

Aninha Telles disse...

D+ KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Beijos da Aninha