Hoje completam 16 dias em que os prédios desabaram na avenida Treze de Maio aqui no Centro do Rio.
Naquela noite de 25 de Janeiro a notícia correu o mundo.
O que se discute agora são as causas que levaram abaixo construções sem qualquer vistoria que há mais de sessenta anos resistiam ao descaso.
A mídia começa a perder o interesse e as pessoas esquecem. Porém, quem estava ao lado e foi testemunha de tudo vai guardar pra sempre, como também vai lamentar a forma como foram tratados alguns dos que perderam as vidas entre os escombros.
O trabalho realizado pela Prefeitura, a Defesa Civil e os Bombeiros foi deplorável.
O respeito com os mortos inexistiu e ainda com o pouco que resta a ser retirado inexiste. A idéia era desfazer a cena dantesca em quatro dias e assim se procedeu.
Por que não seguir o exemplo do que se fez no Japão com as vitimas dos seguidos terremotos ou até mesmo em locais de miséria absoluta como o Haiti?
Sem o menor critério corpos foram dilacerados pelas máquinas e restos mortais foram encontrados junto a um amontoado de entulho bem longe de onde tudo ocorreu. Entregaram as famílias pedaços de corpos para serem velados.
A ordem era limpar a sujeira para que os milhares de turistas que lotam a cidade às vésperas do Carnaval não ficassem diante de uma cena de caos. A mídia ignorou esse rito final...
Restam ainda pelas contas dos que comandam os trabalhos encontrar três ou quatro desaparecidos. O que foi mobilizado na Câmara de Vereadores ao lado em auxílio aos parentes que buscavam seus entes queridos do nada desapareceu.
E a pergunta persiste: onde estão os desaparecidos?
Talvez varridos como a sujeira política que assola este país pra dentro de um lixão qualquer nos arredores da cidade...