segunda-feira, 25 de junho de 2012

Nunca é Tarde



O Clube Troubadour na Califórnia abriu suas portas em 1957.
Desde então, ajudou a lançar alguns dos artistas mais talentosos da música contemporânea. Grandes nomes como Elton John, James Taylor e Tom Waits realizaram por lá grandes shows no início de suas carreiras, e continua a ser um destino de ponta aos fãs de música séria que gostam de ouvir um som ao vivo num ambiente intimista e historicamente rico.
James Taylor e Carole King realizaram no Troubadour um show consistente, em 1971 no começo de sua estrada musical. Em 2010, deram início a seqüência de apresentações que fariam até completarem quarenta anos de palco e música, justamente pelo Clube Troubadour.
E como se tratava de um momento histórico, trataram de reunir os músicos que os acompanharam nessa trajetória. A Banda original.
Foram convidados Danny Kortchmar (Guitarra), Leland Sklar (Baixo) e Russ Kunkel (Bateria).
Nada poderia ser tão perfeito.
O DVD é uma obra prima. Talento não falta e emoção muito menos.
Separar uma música numa lista tão intensa é complicado, questão de gosto mesmo.
It’s Too Late é realmente uma delícia...
A guitarra de Kortchmar e o piano de Carole King fazem a diferença.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Friends



A amizade é complexa. Tanto quanto escritos Hebreus. Os seres humanos se relacionam e afinidades os levam ao convívio. E isso vem desde os tempos de colégio quando o bullyng ainda era exclusividade do dicionário de Inglês. Evidente que algumas pessoas tendem a colecionar amigos.
Têm mais manejo, são maleáveis, porque não é tão simples sustentar um relacionamento por décadas. Outros são mutantes e costumam trocar de amigos como um ciclo de mudança de estação. E em meio a todas essas teorias o mundo virtual resolveu aparecer pra colocar orégano na Pizza.
Ajudou a reagrupar contatos e teceu uma linha onde através de redes sociais é possível constatar o aparecimento de pequenos guetos onde os amigos dos amigos marcam encontro. E é um tal de novos amigos surgindo do nada que impressiona.
Gente que nunca teve acesso a você aparece e te manda um bom dia com uma linda mesa de café da manhã de hotel cinco estrelas e um buquê de flores... Sim, mas quem disse que eu gosto de flores? E tem guloseima demais pra minha dieta!
Mas se tudo é imagem na tela que custa entender a mensagem? Mas não pensem que é tão simples assim. Algumas pessoas piram tanto em meio a esse mundo de faz de conta que os tais amigos invisíveis da infância de cada um começam a se manifestar na fase adulta, reaparecendo através de compatibilidade virtual. E se você postar alguma coisa que desagrade a fulano ou beltrano o linchamento virtual é certo! Alguns ofendidos da hora dizem assim, na cara de pau: deletei aquele filho da puta porque estava escrevendo palavrões na minha página! Pois é, aquele filho da puta...
A conclusão é simples: as neuras e sandices do mundo real hoje andam de mãos dadas com o universo do faz de conta... Tem gente metendo o bedelho na vida alheia, achando isso e aquilo e reclama sua ausência como se estar diante de uma tela de computador fosse uma obrigação. - Pô cara você sumiu! Sumi de onde? Qualquer dia vão inventar cartão de ponto o que não é nenhuma novidade já que até sexo farto rola com hora marcada pela internet! E já existem até as moças de vida horizontal se oferecendo por módicas quantias pra tirar o atraso de marmanjos através de saliências virtuais.
Pois no mundo globalizado tudo é possível. E com a guerra dos smartphones e tablets você pode levar no bolso todas essas emoções.
Um amigo NERD disse noutro dia que a tecnologia avança tanto que o papel será suplantado. Em nome do desenvolvimento sustentável não haverá mais replantio de árvores obrigatório e papel será algo em desuso. Os livros e jornais da minha geração desaparecerão e tudo estará na tela em breve.
Perguntei a esse cidadão paladino da modernidade absoluta como será possível evacuar e se limpar com um Iphone de última geração. A resposta ele ainda não me deu. Mas é meu amigo, virtual, mas é.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Saudades


Dizem que os portugueses que aqui chegaram em tempos remotos definiram a solidão e o sentimento por estarem num local distante como saudade, e daí a palavra passou a existir. Incrível, mas você só define esse sentimento em Português ou em Galego.
Os simplistas dirão que saudade dá e passa. Soa clássico, mas óbvio demais, principalmente quando se trata de um estado de espírito, alguma coisa profunda que carece de definição.
Saudade pode significar uma perda, o distanciamento de alguém ou de algum lugar que você tem a certeza de que nunca mais verá. Tristeza e melancolia. Dói demais... O que talvez explique porque muita gente tem medo da palavra saudade.
Noutros casos, porém, a saudade pode representar uma percepção, sempre e quando ela não encerre um ciclo. Então ela carrega um sopro de renovação, uma segunda ou enésima chance em que você pode apostar.
Porque toda renovação nada tem de elementar.
Ele precisa ser regada como uma flor pra não se transformar num lamento. Porque matar a saudade é temporário, não existe pra sempre.
E por mais que seja dolorosa, a saudade pode ser benéfica.
Ela pode representar o abismo, mas pode ser a ponte que liga você a sua razão de viver...



quinta-feira, 14 de junho de 2012

No Silêncio de um Retrato



A fotografia é tão insólita quanto o que ela retrata.
O que as mãos de artistas repetiam na tela até 1826, o ser humano tratou de registrar através de uma fotografia. Deixar um momento gravado pra sempre tem a ver com a relação do ser humano e seu tempo.
Dizem por aí que há fotografias que traduzem muito mais que uma ação inanimada, da mesma forma que algumas correntes com o passar do tempo, comparam as fotos com o cinema mudo, mas tudo isso é apenas impressão. Porque uma foto pode significar muito mais que uma simples lembrança de um tempo perdido na memória.
Às vezes através de uma foto é possível traçar um perfil, de um lugar ou até mesmo de alguém, mas tudo em silêncio, a única permissão que ela própria concede.
Evidente que a tecnologia evoluiu e deu às fotos todas as formas de tratamento possíveis. Inventou personagens, modificou rostos e cenários e criou mitos. A humanidade adora criar lendas e mitos e as fotos apenas foram cúmplices de algumas dessas historias.
E se vale viajar na magia das imagens nada melhor que uma música que torne esse trajeto perfeito. Principalmente quando elas não se apagam, como um risco de caneta azul.

Nando Reis e fotografias perfeitas: uma alquimia!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Distância


A tecnologia encurta distâncias.
Hoje, o ser humano é dono do seu tempo. Pra ele não existe mais prazos e faz-se efetivo tudo que o coração manda. Entretanto, padece quem o destino leva pra longe...
Então, não há tempo que faça com que os dias passem.
Mas de certa forma o tempo se torna cúmplice quando há uma razão.
Razões que se resumem a aspectos que a vida sábia trata de recolocar no seu devido lugar, porque às vezes se caminha tão próximo, mas não se nota e a vida passa.
Entretanto, sempre há lugar pra se falar em coisas boas.
E quem tem bom gosto sabe que a música aproxima e absorve qualquer distância.

Luciana Rubinstein: essa cidade de São Sebastião sente a tua falta e aqueles que te conhecem e os que ainda não tem conhecem, sabem que esta distância não é nada se comparada à alegria de te ver feliz.

Pra você, sem fantasia.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Solidão


Poucas pessoas sabem lidar com a palavra solidão.
Porque tudo é muito efêmero e você pode estar sozinho em meio a uma multidão.
Me lembro de um tempo, uma data, em que ela me pegou.
E justo quando essa tal data aparece no calendário passa um filme e por momentos recordo que eu estava lá.
Dizem que lembrança é uma coisa muito gostosa e recordar é um exercício.
Daí rola uma musica, um perfume, um lugar e você se transporta como se houvesse construído uma engenhoca com as próprias mãos que te pudesse fazer voltar no tempo e reviver.
Claro que reviver coisas boas é melhor e varrer pra debaixo do tapete tristezas e decepções é o que se deve fazer, mas conselho nem sempre tem a fórmula de num passe de mágica apagar um pedaço da vida de alguém.
Dizem que quando os nossos dias se esgotam o maior patrimônio que se tem são as lembranças, e se isso for mesmo verdade, eu gostaria de ficar com as boas, as felizes. Mas quem viveu um momento de total solidão tem a grande vantagem de saber dar valor a tudo que o universo coloca em nossas mãos como antídoto de algo que se deve esquecer pra sempre...

Amsterdam, 1991
A Música Pandora’s Box do OMD (Orchestral Manoeuvres in the Dark) foi inspirada na atriz de cinema mudo Louise Brooks, que em 1928 foi a estrela do filme, entretanto, a frase "Caixa de Pandora" não aparece em nenhum momento na canção.